Durante os exames de rotina na gestação, muitas mães se questionam sobre o aparecimento de uma mancha no coração do bebê. A princípio, essa situação pode ser assustadora, mas é importante buscar informações claras e precisas para compreender do que se trata e manter a tranquilidade.
Neste texto, reunimos informações importantes sobre o assunto para que você possa compreendê-lo melhor.
Leia também o artigo: O que é e para que serve o Exame de Ultrassom?
O que pode ser a mancha no coração do meu bebê?
A mancha no coração do bebê, muitas vezes chamada de “manchinha branca dentro do coração do bebê”, foi descrita pela primeira vez na década de 1980. Naquela época, constatou-se que essa mancha branca consiste em um acúmulo de cálcio dentro do músculo do coração que ajuda a fixar e movimentar as suas válvulas.
Essa calcificação no músculo papilar, como é o nome correto, no passado, era vista como um fator de risco para o desenvolvimento de síndromes congênitas, como a Síndrome de Down.
No entanto, com o passar do tempo, mais especificamente em 1997, uma importante revista médica, a British Medical Journal, argumentou que, antes de se adotar marcadores ultrassonográficos, como a calcificação no coração, também chamado de Golf Ball, nos critérios de risco para anomalias cromossômicas, os benefícios para as mulheres deveriam justificar os altos custos com aconselhamento e com as perdas fetais provindas de investigações invasivas mais numerosas.
Isso porque os exames de investigação de síndromes, em alguns casos, podem ser bem invasivos. E caso o único critério para fazê-los seja apenas a presença do golf ball, o ideal é considerar outros sinais de que realmente existe um risco na gestação, a fim de não expor as mulheres e seus fetos a esse tipo de procedimento que, em alguns casos, passou a ser desnecessário, já que a calcificação não necessariamente significa malformação.
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O que é calcificação no coração do feto?
Mas afinal, o que essa calcificação no coração do feto significa na prática? Como isso pode afetar o meu bebê? Devo me preocupar? Essas dúvidas, muitas vezes, fazem parte da rotina de milhares de gestantes. O golf ball, como é conhecido, pode se apresentar em cerca de 3% a 5% das gestações. No entanto, a realidade é que o golf ball, por si só, não causa alterações na função cardíaca fetal e não está associado a anormalidades cardíacas estruturais.
Isso quer dizer que as gestantes e suas famílias não precisam ficar ansiosas ou receosas apenas por conta da mancha no coração do bebê. Para considerar um risco de desenvolvimento de síndrome, é necessário que os exames detectem outros sinais mais significativos.
Em caso de dúvidas, sempre converse com o seu médico. Ele poderá orientá-la quanto à real existência de riscos para a presença de síndromes congênitas.
Veja também o nosso conteúdo sobre Ultrassom obstétrico: como funciona o ultrassom convencional do segundo e terceiro trimestre?
Quais os riscos da mancha no coração do meu bebê?
O “golf ball”, de maneira geral, não apresenta riscos para o bebê. Isso quer dizer que a calcificação não é considerada uma malformação e nem deve ser vista como motivo de alarde para a família. A calcificação ocorre simplesmente por conta do acúmulo de cálcio no coração, formando a manchinha. Mas isso não é, necessariamente, um pré-requisito para que o bebê venha a ter algum problema de saúde relacionado à mancha em si.
Porém, é sempre importante partir da premissa de que, em se tratando de saúde, cada caso é um caso e deve ser avaliado como tal. Por isso, é importante conversar com o seu médico sobre a situação da mancha no coração do bebê.
Dependendo do seu quadro clínico, ele poderá solicitar exames complementares ou apenas relatar que não há nenhuma preocupação quanto à calcificação. Inclusive, a literatura médica atual tende a apoiar uma política de não relatar a presença de “golf ball” isolado em gestantes de baixo risco que fizeram um exame de ultrassom morfológico de primeiro trimestre com rastreamento de aneuploidias adequado.
Por outro lado, em mulheres de maior risco basal pela idade (acima de 35 anos), o cenário é diferente, e esses marcadores ultrassonográficos menores ainda merecem algum estudo complementar. A ausência de um marcador ultrassonográfico menor em gestantes mais velhas (>35 anos) que não realizaram um rastreamento de primeiro trimestre não serve para descartar ou reduzir o risco de aneuploidias, pois esse cenário ainda pode perder o diagnóstico de até metade dos fetos com síndrome de Down.
Isso reforça a importância do exame de ultrassom na gravidez nos períodos preconizados pelos estudos, com profissionais treinados e experientes em triar essas variações anatômicas e analisá-las dentro de uma contexto científico, pesando os riscos sempre baseados em evidências científicas mais robustas disponíveis.
Quando o golf ball desaparece?
Normalmente, o golf ball costuma desaparecer por volta do terceiro trimestre de gestação. Portanto, trata-se de uma condição que, na maior parte das vezes, é algo apenas passageiro, que desaparece antes mesmo de o bebê nascer.
O que acontece se o golf ball não desaparecer?
Se o “golf ball” não desaparecer até o fim da gestação, pode ser que o médico solicite exames complementares para investigar a situação, quando isso for pertinente. Portanto, conversar com o profissional da saúde para compreender o que deverá ser feito nesses casos é importante antes de “autodiagnosticar” e criar situações de ansiedade na família sem respaldo científico para isso.
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Fazer os exames recomendados pelo médico é fundamental
Apesar de a ciência relatar que o golf ball, isolado, não representa riscos de síndromes ou de problemas relacionados à gestação, o ideal é sempre conversar com o seu médico e seguir fazendo todos os exames que ele recomenda.
Afinal, como mencionado anteriormente, cada caso é único, e isso também vale para quando aparece uma mancha no coração do bebê.
Porém, isso não quer dizer que a família precise ficar ansiosa e com medo. Converse com o médico para compreender melhor o que a manchinha quer dizer e esclareça todas as suas dúvidas.
O conhecimento é a chave de um maior conforto e mais tranquilidade nessas horas.
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Texto adaptado de Bethune M. Time to reconsider our approach to echogenic intracardiac focus and choroid plexus cysts. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2008;48(2):137-141. doi:10.1111/j.1479-828X.2008.00826.x