O ultrassom morfológico de segundo trimestre, também conhecida como ultrassonografia morfológica, ou simplesmente “morfo de 2º tri” faz muito mais do que proporcionar à mamãe e ao papai cenas inesquecíveis do bebê chupando o dedo ou mesmo a tão esperada descoberta do sexo do bebê.
Além de avaliar os parâmetros básicos estudados no ultrassom obstétrico convencional, o estudo morfológico estuda detalhadamente a anatomia fetal, rastreando com mais eficiência possíveis anomalias, além de fornecer, com maior definição e número de imagens, as informações sobre o desenvolvimento fetal.
Segue um esquema do padrão mínimo de parâmetros avaliados para chamas uma ultrassonografia de morfológica, sugerido pela comissão de ultrassonografia da FEBRASGO:
*Estudo Morfológico Fetal Básico (tabela abaixo do texto)
O período de realização é preferencialmente entre 20 e 24 semanas de gestação, porém em alguns casos esse período pode ser estendido ou antecipado.
Nesse período, os órgãos já estão formados, e podemos realizar um estudo mais detalhado das suas características, posição e de possíveis anormalidades.
O seu médico poderá solicitar junto com o exame morfológico outros exames, como Doppler materno e fetal, para avaliar o risco de pré-eclâmpsia e restrição de crescimento intrauterino ou o ultrassom transvaginal para rastreamento de risco de trabalho de parto prematuro.
Cerca de 50% das malformações são detectáveis no primeiro trimestre. Quando a ultrassonografia morfológica é repetida no segundo trimestre, esse número é superior a 80%.
Fendas labiais e palatinas, anencefalia, encefaloceles, holoprosencefalias, mielomeningocele, gastrosquise, onfalocele, hérnia diafragmática congênita, diversas cardiopatias, dilatações do trato urinário fetal, pés tortos congênitos, são algumas das alterações que o morfológico rastreia.
No caso da suspeita de alguma síndrome, o rastreio das anomalias fetais da Ultrassom morfológica tem grande valor, mas a confirmação diagnóstica pode exigir exames mais invasivos como a biópsia dos vilosidades coriônicas ou a amniocentese para confirmação diagnóstica.
A qualidade desse exame depende de um aparelho de ultrassom de alta resolução e da capacidade técnica do operador. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) defende que o exame seja executado Especialista em Medicina Fetal ou com Título de Área de atuação em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia.
Abaixo segue uma tabela apontando as características e diferenças entre a ultrassonografia obstétrica convencional e as ultrassonografias morfológicas de 1º e 2º trimestre:
US Obstétrica Simples | US Obstétrica Morfológica de 2º trimestre | |
Período Ideal | Toda Gestação | Entre 11 e 14 semanas e entre 20 e 24 semanas |
Sinônimos | Ultrassonografia Obstétrica, Eco Obstétrica (Transvaginal ou via Abdominal) | Revisão da Anatomia Fetal, Ecografia Morfológica Fetal, Pesquisa de Marcadores Ultrassonográficos de anomalias |
Nº de exames na gravidez | Quantas necessárias | Dois, nos períodos acima. Em fetos malformados todos os exames devem ser morfológicos. |
Objetivos (parâmetros) | Biometria fetal, localização de placenta, quantidade de líquido amniótico, crescimento fetal | Avaliação de Marcadores para doenças genéticas, Biometria fetal complementar, Descrição detalhada de toda morfologia fetal |
Indicação | Para todas gestantes, em diversas fases da gestação | Para todas gestantes para triagem |
Fetos de Alto Risco para malformações (maior freqüência) | ||
Quem faz? | Ultrassonografista Geral, Ultrassonografista em Ginecologia e Obstetrícia | Especialista em Medicina Fetal ou Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia |
Requisitos do Profissional | Conhecimentos básicos de Obstetrícia e Ultrassonografia | Conhecimentos profundos de Obstetrícia, Ultra- Fisiopatologia Materno-fetal, Diagnóstico Sindrômico fetal, Infecções Congênitas, Teratogênese |
Aparelhagem necessária | Ecógrafo | Ecógrafo de alta resolução, preferentemente com Doppler Colorido |
Onde fazer? | Clínicas de imagem | Clínicas e consultórios de Referência |
Algumas das condições diagnosticadas na ultrassom morfológica de 2º trimestre, como a mielomeningocele e a hérnia diafragmática congênita são já passíveis intervenção intraútero para diminuir as sequelas que provocam com o avançar da gestação.
Outras condições, como as cardiopatias congênitas e a gastrosquise, por exemplo, exigem cuidadosa assistência pré-natal, planejamento do melhor local e via de parto e programação cirúrgica posterior. O diagnóstico precoce possibilita o tempo necessário para articular cuidados multiprofissionais mais adequados e planejamento de condutas terapêuticas durante e após a gestação.
Em todas as situações, do normal ao patológico é indispensável que o médico Ultrassonografista dialogue com a gestante, a família e o médico assistente, oferecendo as informações necessárias sobre a condição fetal e esclarecendo dúvidas.
A ultrassonografia morfológica é, portanto, uma ferramenta preciosa. Cabe então, ao médico do pré-natal, discutir e oferecer a gestante essa importante ferramenta, e então a gestante terá o conhecimento e autonomia para decidir a melhor forma de conduzir o seu pré-natal.
Quando bem aplicada e realizada nos períodos corretos, a ultrassonografia permite o conhecimento precoce de muitas condições materno-fetais, e o suporte adequado para uma melhor evolução gestacional, perinatal e pós-natal.
Entre em contato conosco preenchendo os dados do formulário. Responderemos o mais rápido possível.
Fale com a gente através dos contatos abaixo. Atendimento de segunda à sexta, das 08h às 12h e das 13h30 às 18h